Aprenda a velejar em 10 passos

Barco vela

Vela é o nome dado ao desporto de competição que envolve barcos movidos exclusivamente às custas do vento.

As competições da vela envolvem os mais diferentes tipos de embarcações, separadas em categorias apropriadas, conhecidas como classes. As competições da Vela são formadas por uma série de regatas. Em cada regata o barco soma determinado números de pontos de acordo com sua posição de chegada. Vence a competição aquele que somar o menor número de pontos ao final da série de regatas. E sabia que a Vela é um desporto olímpico desde 1900?

A Vela também é um lazer, um hobbie. Um exemplo disso é a Vela de cruzeiro, podendo o velejador morar ou não a bordo.

Se gosta do mar, de barcos e predispõe da herança marítima dos nossos ilustres antepassados, tal como, Infante D. Henrique ou Vasco da Gama, então está na altura de experimentar este desporto.

Aqui vão dez dicas que o ajudarão a velejar como Gil Eanes.

Equipamento

É fundamental adquirir um equipamento de qualidade, pois em casos de risco é a qualidade do material adquirido que poderá fazer a diferença. Não se esqueça do Barco, Botas de neopreneo anti-derrapantes, Colete salva vidas, Fato isotérmico de neopreno e Luvas de neopreno.

Iniciação

A iniciação da vela pode ser feita em qualquer idade, sabendo no entanto que, a partir de uma certa idade, a aprendizagem é desconfortável e mais difícil quando realizada na vela ligeira.

Por isso aconselha-se os 8 anos para iniciar a modalidade e preferencialmente em clubes com escolas de Vela homologadas pela F.P.V.

Classes

Na primeira fase do contacto com a modalidade, qualquer embarcação é adequada.

Numa fase posterior, a escolha da classe é importante, e deve ser condicionada pela opção de seguirmos a via do rendimento desportivo ou do lazer.

Para esta escolha, deve ser consultado o técnico do Clube responsável por esta área.

Portanto, as classes existentes nesta modalidade são: Optimist, Raquero, Sharpie 12 m², Snipe, Star, Tornado e Vaurien. As classes variam conforme o tipo de embarcação que pode alojar um ou mais tripulantes.

O Vento

É indispensável à prática deste desporto, pois o conhecimento sobre os ventos torna-se preponderante numa competição. Poderá dizer-se que o vento é o “motor” dos barcos à vela.

Assim que a sua experiência nesta modalidade avançar vai compreender quais as massas de ar benéficas para alimentar as velas do seu barco.

O lado de onde sopra o vento designa-se por barlavento e o lado para onde vai o vento chama-se sotavento. Quando a proa do barco se aproxima da direcção do vento diz-se que estamos a orçar, enquanto que quando a proa se afasta do vento diz-se que estamos a arribar.

O nome das mareações, a maneira de como um veleiro navega segundo a direcção do vento, depende da direcção deste relativamente ao barco. Assim quando um barco navega com vento pelas amuras, diz-se que bolina. Se a direcção do vento é entre o través e as alhetas o veleiro navega a um largo e se vier pela popa navegamos simplesmente a uma popa.

As Velas

Barcos de competição e recreio, actualmente os maiores utilizadores de velas como sistema de propulsão, costumam levar dois tipos diferentes de vela, a balão (spinnaker), parecida com um pára-quedas, para velejar na mesma direcção do vento, e velas latinas (genoas), triangulares, o mais altas e estreitas possíveis para com sua forma aerodinâmica gerar propulsão, e seguir nas direcções transversais ao vento.

O voo à vela também utiliza as duas formas, o próprio pára-quedas para descida directa ou a chamada asa-delta, que trabalhando na transversal da corrente de ar com seu perfil aerodinâmico, gera propulsão avante.

Regulação das Velas

Na prática existem três possibilidades para a regulação das velas.

  1. Muito folgada – Nesta condição, ou as velas estão muito mais distantes da linha proa-popa da embarcação do que deveriam ou o barco está orientado muito próximo da linha do vento. O resultado é que o fluxo de ar "quebra-se", particularmente no lado externo da vela (sotavento), e a valuma da vela bate (paneja).
  2. Correctamente trimada – Aqui as velas estão a trabalhar com eficiência máxima, o fluxo de ar não é interrompido nem quebrado.
  3. Muito caçada – Esta é a pior situação, quando as velas estão mais próximas da linha central do veleiro do que deveriam ou o barco está a ser conduzido muito longe da linha do vento.

    Neste último caso as velas produzem pouca força avante e uma overdose de força adernante, o barco abana, treme em demasia e sofre um stress desnecessário para o qual ele não foi concebido. Para evitar que isso aconteça é sempre bom dar uma folgada nas velas para verificar se elas não estão muito caçadas.

Propulsão

Mas, como é que aquele triângulo de tecido curvo impulsiona o barco na direcção que desejamos?

A ideia de que "o vento bate e empurra o veleiro" só é verdadeira quando velejamos a favor do vento (popa rasa). Em todas as outras situações devemos regular (trimar) nossas velas para que o ar possa fluir suavemente pelos dois lados da sua curvatura. O fluxo de ar em volta do pano curvo da vela cria uma zona de baixa pressão no lado externo da vela para a qual o veleiro é sugado.

Teremos uma maior quantidade de moléculas de ar por centímetro quadrado de área vélica na parte interna e, consequentemente, uma pressão de ar maior na parte interna do que na parte externa da vela. É essa diferença de pressão que gera a força que impulsiona o barco.

Essa força é muito parecida com a força gerada na asa de um avião, sendo que no avião a força é predominantemente vertical e no veleiro horizontal.

O Leme

Para orientar a direcção de um barco à vela usa-se o leme. É uma peça submersa e normalmente ligada ao casco no painel de popa ou próximo deste e na sua posição natural está alinhado ao comprimento da embarcação.

É mudando a direcção do leme que alteramos o rumo ora para bombordo, se o leme (não a cana do leme!) for deslocado para a esquerda, ora para estibordo, se for deslocado para a direita.

O leme é manobrado por uma roda de leme ou uma cana do leme que o faz girar em torno de um eixo alterando assim a sua posição.

Quando se usa uma roda de leme a actuação é semelhante ao volante de um automóvel, mas o uso da cana do leme é bem diferente e é sempre feito no sentido contrário relativamente ao lado para onde queremos virar.

Regatas

Em regatas, a atenção à trimagem das velas é constante e orientada para a busca de velocidade. Já, na vela de cruzeiro, a vigilância à regulação das velas depende das circunstâncias e da experiência do capitão e da tripulação. É necessário fazer um compromisso entre conforto, segurança e velocidade.

Com o tempo, o trimar das velas passa a ser um acto natural. O simples pensar em turbulência nas velas a poucos centímetros do convés, aonde tudo deveria ser harmonia e prazer, é motivo para tirar o sono de qualquer marujo que se preze.

Onde Praticar

Pode-se praticar Vela por toda a costa do país, de Norte a Sul, desde que haja as condições mínimas de vento e dependendo das classes.

Os veleiros passeiam por todo o país, as classes mais pequenas na costa de Lisboa, de Algés a Cascais e na Costa Algarvia. Divirta-se!!!

 

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